Século XXI e a persistência do racismo no Brasil – Por Welyson Lima*

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Analisar através de uma visão crítica as relações sociais no Brasil foi e tem sido até hoje uma tarefa difícil, até mesmo pelo fato de que o país possui uma imagem de nação onde há uma democracia racial. Ao avaliar as várias dimensões das relações existentes entre indivíduos negros e brancos, por exemplo, torna-se perceptível que os negros sempre estiveram em posições de desigualdade em relação à oportunidade de emprego, à educação etc.

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Pois bem, ultimamente temos acompanhado, em especial, nas redes sociais, a repercussão em torno do preconceito sofrido pela “Majú”, a “mulher do tempo” dos telejornais da Rede Globo, por ser negra e ter se tornado destaque nas vezes em que aparece na telinha nos informando sobre a previsão do tempo.

Por mais absurdo que possa parecer, há ainda muitos preconceituosos que não querem aceitar que os negros possam ter direito a fazer parte das relações e práticas sociais como todo e qualquer cidadão (branco, índio, pardo) por, segundo eles (preconceituosos), os negros serem destituídos de capacidades intelectuais ou quaisquer outras. Na realidade, tudo isso não passa da ignorância de alguns assentada no ódio e na maldade, direcionando-se para o racismo (preconceito que está relacionado à cor de pele).

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Sabemos, no entanto, que a discriminação com relação à população negra não é de agora. A discriminação sempre existiu ao longo da história como um fenômeno social. Porém, o racismo tal como concebemos hoje é um conceito relativamente recente. Surgiu essencialmente como uma justificativa da escravidão e do colonialismo, opondo-se aos movimentos abolicionistas emergentes.

O racismo é uma teoria construída sob a égide da pureza e separação da raça, respaldada em uma falsidade cultural ou científica que nasce em meados do século XVIII, mas que eclode no século XIX, período em que vão surgir as teorias sobre as diferenças entre raças. E ainda considerado como a manifestação do preconceito e da discriminação que permeiam as relações de raças em uma sociedade.

Foi com base nessas teorias sobre diferença entre raças, que o então chamado racismo científico ganha corpo nas grandes nações mundiais. No Brasil, o seu desdobramento na política e na sociedade do período, tornou-se assunto amplamente debatido entre os historiadores, sociólogos, antropólogos e cientistas políticos. Por fim, sabe-se que foram essas mesmas teorias raciais que impulsionaram as desigualdades entre os seres humanos e por meio do conceito de “raça” puderam classificar a humanidade.

Independentemente desses conceitos, o que não podemos tolerar é que em pleno século XXI, o preconceito racial possa persistir e continue ocorrendo neste país, assim como em qualquer outro. O que aconteceu com a “Majú” é apenas uma de tantas discriminações que os negros vêm sofrendo em sua realidade cromática desde há muito. Medidas devem ser tomadas pelo Governo o quanto antes, para dessa forma, lutarmos pela erradicação dessa maneira racista com que são tratados os negros no Brasil. A vontade, caros leitores, é sempre de escrever mais e mais, porém em virtude do espaço desta coluna, espera-se assim a próxima oportunidade.

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*Welyson Lima é licenciado em Letras pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

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Sobre o autor | Website

Blogueiro há 15 anos da área de Educação e Concursos, já publiquei mais de 6.059 notícias; Jornalista Técnico (Registro Nº 1102-MA - Ministério do Trabalho); Mestre em Ciência da Computação (UFMA), Doutorando em Biotecnologia (UFDPar). Em tempos de desinformação e fake news, o Castro Digital reforça o compromisso com o jornalismo de qualidade. Publico informações de forma responsável e que você pode confiar. Currículo Lattes.

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