Tanzânia é o país campeão no nascimento e assassinato de albinos
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Mariam Emmanuel fugiu da multidão de sua aldeia que a perseguia, mas ela logo foi alcançada, porque, afinal, era apenas uma menina de cinco anos. Facas e facões golpearam-na, despedaçando-a. “Ela foi morta como um animal por adultos que não tiveram nenhuma compaixão por outro ser humano”, disse uma testemunha. Mariam entrou na estatística de albinos da Tanzânia que são assassinados para que seus corpos sejam usados pela feitiçaria.
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Esse país africano é recordista nesse tipo de crime. Por ano, cerca de 50 albinos são caçados e mortos porque os curandeiros acreditam que seus corpos, usados em poções mágicas, têm o poder de curar doenças e dar sorte.
O albinismo é um distúrbio congênito caracterizado pela ausência (completa ou parcial) de pigmento na pele, cabelos e olhos. Os albinos têm problema de visão e são suscetíveis a queimaduras solares e a câncer de pele. Na África, eles são chamados pejorativamente de “fantasmas”, “zeros” ou “invisíveis”.
Na Tanzânia e em outros países do Leste da África, os matadores obtêm milhares de libras (dinheiro britânico) com a venda da pele, olhos, sangue, órgãos e cabelos e ossos dos albinos.
Mineiros da Tanzânia moem os ossos dos albinos na expectativa de que o pó, depois de algum tempo enterrado, se transforme em diamantes. Pescadores do lago Vitória colocam cabelos ruivos de albinos em sua rede porque acreditam que, assim, atrairão peixes grandes. A pele é usado para revestir amuletos. Os órgãos genitais são usados em poções para cuidar de disfunção erétil — tratamento caro, só para ricos.
Há a crença de quem tiver relações sexuais com albinos ou albinas ficará curado do HIV. Por conta disso, albinos têm contraído o vírus da síndrome — as mulheres muitas vezes são estupradas.
Os albinos que morrem de doença ou de morte natural ou ainda de assassinatos são sepultados por seus parentes em locais onde os restos mortais não possam ser desenterrados pelos fornecedores dos feiticeiros. O avô de Mariam, personagem do início desta reportagem, conseguiu recuperar os ossos da menina, os enterrou embaixo de sua cama.
Nos países africanos existem mais de 17 mil albinos. Por motivo ainda desconhecido, o país onde ocorre a maior incidência de albinismo é a Tanzânia. O país é muito pobre e vive basicamente da agricultura e 70% da população vive no meio rural. Cerca de 35% dos habitantes acreditam em crenças tradicionais típicas do continente africano, um fator que contribui bastante para a morte dos albinos. É lamentável que em pleno século XXI o assassinato de pessoas com albinismo aconteça em tão grande quantidade.
Treino do time Albino United Futebol Clube – página no Facebook, eles só jogam após as 16 horas, quando o sol vai se pondo
Meninas albinas em uma escola de ensino fundamental
Escola de ensino fundamental
Três irmãos, sendo dois albinos e um não
Mãe albina de bebê não albino
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Reportagem traduzida do jornal Mail Online, pelo blog Paulopes. O crédito das imagens está no rodapé de cada uma delas.
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